30 de janeiro de 2009

Austrália

Cinema para mim é emoção. Claro que é muito bom ver um filme bem produzido e com qualidade técnica. Mas isso não é tudo. Filmes excelentes, mas que não tocam quem está na poltrona do cinema. São filmes para os prêmios de efeitos especiais, melhor som, etc. Dificilmente serão os filmes lembrados numa roda de amigos anos após seu lançamento. Contrariando todas as criticas que li. Vou escrever bem sobre Austrália. Primeiro que ele me lembrou muito e o vento levou... (uma grande saga em um longo filme) e outra porque a referência constante no filme é O mágico de Oz outro filme que amo.
Mas por que esse filme que tem tantas falhas apontadas pelos críticos me comoveu? Por que tem uma criança excluída do convívio de todos por ser mestiça? Por que tem o clássico envolvimento amoroso entre uma aristocrata e um peão? Talvez. Mas penso que o motivo mesmo foi porque lá todos estão tentando se superar. O peão tenta vencer o medo de amar, a aristocrata tenta ser menos “classuda” e menos previsível. A criança tenta acreditar que é possível seguir seu caminho sem a interferência de regras estabelecidas. Todo mundo tenta conquistar o que lhe falta. E isso é tocante.
A segregação existente no filme é questionada e vencida mesmo que de forma tímida.
E não somos assim hoje ainda? Separados em nossos cantos? Com medo de nos misturarmos com aqueles que não são iguais a nós?
Claro que a sociedade em que vivemos forma grupos de afinidades. Temos o pessoal do futebol, o pessoal do trabalho, o pessoal do clube, o pessoal do condomínio, o pessoal.... Mas... Quando alguém entra em nosso território e claramente faz parte de outra “turma” geralmente nos perguntamos como ela foi parar ali.
O filme para mim mostra que o importante é assumir os laços criados sejam com quer que seja. E não questionar o porquê daquele afeto. Juntos podemos tudo, mas separados não somos nada.
E tem mais. O filme mostra como é importante se comprometer com o caminho escolhido. Mesmo quando o caminho está a beira de um precipício. Ter a coragem de enfrentar as dificuldades, aprender o que for preciso para tornar o trajeto mais tranqüilo, lutar contra o medo da perda, lutar e acreditar sempre que tudo pode melhorar.
Buscar o caminho de volta quando estamos desesperançados é difícil, mas é o único caminho a seguir. Scarlet voltou para Tara mesmo em meio a guerra, Doroty voltou para o lar, e Austrália volta aos filmes que não são tecnicamente perfeitos, mas que inspiram sonhos. Pelo menos em minha opinião.

5 comentários:

Jairo Borges disse...

Ai! um clássico sempre toca agnt neaH! é mt magia!

Sergio disse...

Ola, Fabiana!

Partilhamos do mesmo pensamento...acho que dai considero ´´ Midnight Cowboy´´ como o melhor filme da história.

Um beijo

Mário Cesar Filho disse...

muito bom texto, Fabiana! Me deu vontade de assistir! Bj

railer disse...

agora sim eu senti vontade de ver o filme! escreveu muito bem. assim que eu assistir eu te falo o que achei.

R. disse...

Não assisti, não tenho visto nada, nem tela quente. Anda tudo muitissimo complicado por aqui. mas pretendo, depois do que li aqui. É o tipo de filme que minha mãe gosta, acho e que gosto de ver com ela porque eu sou, sei lá, puxa saco assumido da mulher. Depois que assistir te conto o que achei :)

Bjs