24 de outubro de 2008
Lembranças
Todas as vezes que vejo essas flores lembro dos meus avós, cada um a sua maneira me mostrou quanta filosofia há em cultivar plantas. Minha avó não deixou que ninguém cortasse um pé de mexerica que não dava frutos. Todo mundo argumentava que a arvore era improdutiva, ocupava espaço e tal. Mas ela deu um voto de confiança: regou, cuidou e colocou adubo, hoje já não tenho minha avó, mas a árvore está lá dando frutos a cada temporada. Tem vezes que ela fica tão carregada que é preciso distribuir com a rua toda. Grande sabedoria minha avó tinha. Sabia que para produzir frutos é preciso cuidado. E que de qualquer raiz pode surgir algo que valha a pena ser regado. O tempo associado a vontade é o melhor opção para as coisas. Tem que querer construir, querer criar um caminho. Querer chegar a algum lugar. Meu avô por sua vez sempre mexendo com suas plantinhas me mostrou que é preciso também arrancar as folhas velhas, renovar a planta. Todo ano corta a vinheira até não sobrar quase nada. Todo mundo fica com pena. As folhas estão tão verdinhas, ainda tem uvas em alguns galhos...dizem. Mas ele sem piedade corta tudo. E a cada temporada a vinheira ressurge com força total carregada de uvas. É a vida. Com seus fluxos, indas e vindas. Um caminho que se fecha e outro que se abre. É preciso cortar vínculos, deixar para trás as folhas mesmo verdes para uma nova floração.
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6 comentários:
Tal como a dança dos braços de chiva! que destrói aqui e renasce do outro lado, é o fluxo da vida que movimenta o sonho de brama!
lindo texto. dedicação e paciência é tudo. e ainda, cada um colhe os frutos que planta.
Oi Fabiana! Lindo texto!
Vim agradecer o comentário no meu blog e te responder: Os franguinhos não desenvolvem 3 moelas por que por não serem tão procurados e apreciados quanto os outros pedaços, são "cultivados" normalmente. hahaha! :)
Beijos!
Disse tudo Fabiana!
É exatamente o que estou tentando fazer em minha vida neste momento!
Abraços.
Nossa... que lindo texto.
Beijos.
Realmente as plantas são filósofas natas! Cada nova semente que vinga, uma eternidade efêmera de sabedoria floresce. Bjos!
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