Ao contrário do que acredita muitas pessoas hoje em dia, que o amor desorienta e muda a vida, eu acho que o amor de verdade deve orientar, deve nortear nossos objetivos de uma forma calma e sem grande euforia.
O amor em que acredito se parece mais com uma calma amizade do que com a paixão de cinema ou de histórias como a de Cleópatra e Julio César.
Essencialmente para mim só existe amor entre as pessoas quando elas param para refletir e constatam que é com o outro que querem estar daqui a 30 sei lá 40 anos sentados no sofá da sala assistindo tv. Porque no fim do relacionamento o que resta é o companheirismo e se isso não existe no inicio....
O amor em que acredito não tem aquela urgência e nem aquele sentimento de “Não posso viver sem ele”. Pelo contrário tem aquele reconhecimento quando se está separado que a saudade existe, mas que quando se encontrarem de novo terá muito para compartilhar dos momentos que ficaram longe.
Claro que tem que ter ternura e carinho entre os casais. E também é claro que todo mundo quer se sentir desejado. Mas daí a ser somente objeto de satisfação do outro não significa que seja amor.
Outra coisa: penso que o amor mesmo, se faz da união das particularidades de cada um com as afinidades. Porque essa coisa de serem muito diferentes é boa no inicio, mas ninguém consegue escalar montanha mais do que duas vezes se realmente não gostar daquilo. Dá mesma maneira que não consegue ouvir sobre mais um episodio da série do momento se não estiver interessada. Acredito que os opostos se atraem para depois se repelirem com o tempo. Gosto de ver casais como a Jú e Gustavo, amigos meus, que são diferentes mas ao mesmo tempo iguais. Iguais na alegria, no companheirismo, na amizade e principalmente no respeito. Formar um casal como eles que é um sonho meu. São cúmplices até nos sorrisos. Fui a uma festa com eles recentemente e ver a Jú “cutucar” o Gustavo quando ele diz algo que não a agrada me fez ver que o amor é sim norteador.
Engraçado que já estava escrevendo esse post quando li um texto do Antonio Prata na revista Cláudia desse mês que vem completar o que disse. No texto ele descreve o dia em que conheceu uma mulher e viu que ela era especial. Ele diz assim:
“ Não, não foi amor à primeira vista. Eu não estava loucamente atraído por ela, nem apaixonado. Não senti vontade de pular em cima e beija-la imediatamente, nem aquela afobação que a gente já não sabe se é desejo ou consumismo, tipo: preciso dela imediatamente. Eu estava calmo. O amor é calmo.”
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